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Reguengos de Monsaraz
Monsaraz, a serenidade silenciosa do Alentejo profundo
Marcada pelas habitações de cal e de xisto, em ruas mais ou menos tortuosas, e pelo toque medieval da sua toponímia acastelada, Monsaraz, uma das mais características e antigas povoações portuguesas a Sul do Tejo, acolhe quem a ela acorre, com o cheirinho da História e o sabor de dias tranquilos, há muito perdidos no tempo.
Edificada no alto de um invulgar promontório alentejano e ocupada pelo homem desde tempos imemoriais, centena e meia de monumentos megalíticos em razoável estado de conservação são disso mesmo prova.
Monsaraz esconde em si segredos que ainda hoje continuam a ser desvendados.
Julga-se que o monte onde foi inicialmente construída tenha sido um povoado pré-histórico fortificado, no qual é possível distinguir diversas sepulturas pré-romanas cavadas em rocha.
As Origens
A história do concelho de Reguengos de Monsaraz confunde-se com a do antigo concelho de Monsaraz.
Com efeito os limites são os mesmos desde há séculos, embora a sede do concelho não tenha sido sempre constante.
A vila de Monsaraz liderou o concelho até 1838, data a partir da qual tem início um processo complexo de transferência da sede do mesmo para a povoação de Reguengos, o qual teve o seu epílogo em 1851 com a fixação definitiva da sede de concelho na então já vila de Reguengos.
O concelho existe portanto com os mesmos limites geográficos desde o século XIII, quando no ano de 1270 o rei Afonso III atribui a carta de foral à vila de Monsaraz, estabelecendo assim as bases daquele que é um dos mais antigos concelhos administrativamente constituídos no sul de Portugal.
A vila de Monsaraz é seguramente a povoação mais antiga do concelho e uma das mais antigas do país.
A sua ocupação data dos tempos pré-históricos, estando registados na região várias centenas de sítios arqueológicos dos períodos paleolítico, neolítico (megalitismo), calcolítico, Idade do Bronze e Idade do Ferro.
Na própria cidade de Monsaraz existe uma vasta rupestre pré-romana, de sepulturas antropomórficas escavadas na rocha.
A primitiva ocupação humana de Monsaraz, provavelmente um castro fortificado, foi mais tarde romanizado e ocupado sucessivamente por visigodos, árabes, moçárabes e judeus.
A origem toponímica do termo Monsaraz não está suficientemente estudada embora se possa colocar a possibilidade da decomposição do termo em Mon Saraz.
A palavra Saraz pode derivar de Xarez ou Xerez que equivalia, durante o domínio muçulmano à forma arábica Saris ou Sharish.
O equivalente em castelhano do vocábulo português Xara é Jara.
Assim Xarez ou Xerez corresponde aos equivalentes arcaicos castelhanos Jaraez ou Jarás que conduziram às formas actuais do Jerez castelhano ou Xerez português.
Neste sentido, Monsaraz pode significar portanto MONTE XAREZ ou MONTE XARAZ, isto é, monte erguido no coração de uma terra nas margens do Guadiana, antigamente povoada por um impenetrável brenhal de estevas (ou xaras) e que, pela excelência de condições estratégicas, posição de altura com cobertura defensiva de um grande e importante rio recomendava, naquele sítio de difícil acesso, a fundação de um povoado, quase naturalmente defendido.
A Fundação do Concelho e a evolução até ao século XVI
Em 1157 Geraldo Sem Pavor conquista Monsaraz aos muçulmanos.
Em 1173 volta ao domínio árabe dos almôadas após a derrota de D. Afonso Henriques em Badajoz.
Em 1232, D. Sancho II auxiliado pelos cavaleiros templários conquista Monsaraz definitivamente e faz a sua doação à Ordem do Templo.
O repovoamento cristão de Monsaraz e do seu termo só vem a ocorrer no tempo de D. Afonso III, período em que este rei concede o foral a Monsaraz e onde são fixados os limites do concelho, bem como definidas terras reservadas para a coroa denominadas os reguengos ou terras reguengas, quer dizer "as terras do rei".
Neste período de ocupação cristã, o povoador Martim Anes começou a levantar a nova alcáçova e os cavaleiros das Ordens Militares, juntamente com o clero secular iniciaram a construção dos primitivos templos de Santa Maria da Lagoa, Santiago e Santa Catarina.
Gastronomia
Concelho predominantemente agrícola, Reguengos de Monsaraz tem vindo a desenvolver o cultivo das vinhas. Três grandes produtores, Casa Agrícola José de Sousa Rosado Fernandes, Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz e Herdade do Esporão, têm-se destacado através da produção de vinhos de reconhecida qualidade nacional e internacional.
Vinhos excelentes só poderiam emparceirar com uma gastronomia de eleição. Fruto da sensibilidade e do engenho de gerações, a gastronomia regional com base na carne de porco e de borrego e as muitas e deliciosas sopas, fazem o deleite dos palatos mais exigentes. Assente nesta tradição de excelentes pratos e petiscos, a Câmara Municipal tem vindo a promover Circuitos Gastronómicos pelos restaurantes do concelho, regados, obviamente, com os seus óptimos vinhos.
Açorda de Peixe do Rio
Ensopado de Borrego
Bolo Rançoso -é uma delicia
Carne Alentejana DOP *
Carne Mertolenga DOP
Vinhos (Adegas e Vinhos Regionais)
*Produtos com Denominação de Origem Protegida
Onde ficar
Monte Alerta
Actividades Turísticas, Lda.
Monsaraz
Telf.: 266 550150
Fax: 266 557325
7 Duplos, 1 Suite
www.montealerta.pt
mail@montealerta.pt
Monte Saraz
Horta dos Revoredos
Barrada
Telf.: 266 557385
Fax: 266 557485
18 Duplos
6 Singles
www.montesaraz.com
conventodaorada@mail.telepac.pt
Estalagem de Monsaraz
Largo S. Bartolomeu
Arrabalde de Monsaraz
Monsaraz
Telf.: 266 557112
Tlmv.: 96 625 65 16
Fax: 266 557101
www.estalagemdemonsaraz.com
info@estalagemdemonsaraz.com
15 Duplos, 3 Suites
Monte da Avó Chica
Casa de Hóspedes
Telm.: 91 4650602 / 91 8217136 / 91 8721335 / 91 4300400
Tel.: 266 557015
http://www.montedaavochica.com
geral@montedaavochica.com
reservas@montedaavochica.com
Contactos úteis
Posto de Turismo - Monsaraz
http://www.rtevora.pt
Montes Alentejanos - Associação de Turismo Integrado
http://www.montesalentejanos.com
Distrito-Évora
Orago-Santo António
Feriado municipal-13 de Junho
Editado por Zé da Europa, 08 August 2008 - 10:40.